domingo, 4 de maio de 2008

Resenha do livro "Técnicas de Comunicação Escrita", de Izidoro Blikstein

(por algum motivo, eu não consigo inserir os parágrafos nos locais apropriados... ignorem o fato, por favor!)

Autor de inúmeros trabalhos publicados no campo da lingüística e da comunicação, Izidoro Blikstein aborda em sua obra “Técnicas da Comunicação Escrita” a problemática do escrever e se fazer entender por diferentes pessoas em diferentes ocasiões. Para tanto, o autor discorre acerca dos elementos de função da linguagem detalhadamente, utilizando-se de diagramas e figuras e põe, de maneira pouco ortodoxa, a gramática normativa em segundo plano.
Izidoro trabalha em cima de exemplos práticos de situações corriqueiras dentro da relação de chefe e secretária que se estendem ao longo de todo livro. Ele demonstra a importância de que o falante deixe suas intenções claras, não omitindo informações, ainda que as considere óbvias. Também ressalta a importância da adequação das variações da língua e do veículo de comunicação ao público-alvo e encoraja o locutor a pensar sobre o repertório, a bagagem cultural e o bem-estar do seu ouvinte. Na realidade, sua ressalva de que se deve estimular o interlocutor a se sentir bem na mensagem é o ponto alto do livro. Tal fato abre uma nova perspectiva na comunicação em si e faz com que expressões de gentileza e agradecimento (por favor, obrigado) saiam da função de meros apostos e se tornem parte fundamental para o sucesso na compreensão e na formulação de uma resposta à mensagem. Ele cita pontos esquecidos como a iconicidade e a poesia como temperos necessários ao texto e exemplifica o uso destes recursos com trechos de obras de mestres da literatura brasileira, como Machado e Drummond.
Apesar de apresentar considerações interessantes, o livro se estende muito e peca por falta de objetividade. Sua linguagem simples e acessível é uma poderosa aliada contra o tédio que o texto provoca em determinadas partes. Esta simplicidade também faz com que o livro deva ser dirigido, principalmente, a estreantes na arte da escrita ou a pessoas que queiram revisar algum ponto específico (como para um teste) sobre funções da linguagem ou sobre pontos essenciais de um texto. A repetição minunciosa torna o livro maçante e o ofusca seu brilho. Os vocativos constantemente usados por Blikstein ao leitor funcionam quase como um “comic relief”, pois tentam simular uma conversa informal entre amigos, o que é desnecessário, até porque não é uma leitura divertida e descontraída, mas bastante técnica. Ainda assim, o livro é recomendável por ser um exemplo muito palpável de tudo que o escritor aborda ao decorrer da sua obra, positiva e negativamente. Cabe ao leitor decidir se a obra condiz com o que procura. Ela pode ser de grande ajuda.

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